sábado, 26 de setembro de 2009

À beira bar

O sol arde urgente como o desejo. Peço, “ô moreno, mais meiahora de chope”. Charles, o mais velho dos quatro, olha em torno e entorna - um arroto a saudar a crioula que passa. Aimer à loisir, aimer et mourir au pays que te ressemble. Paul, o único de nós com barba, deixa a mão esquerda pousar (ah, ces instants sereins) nas coxas de Arthur, o mais jovem. Um só gole ao matar o chope. Faz gesto de mais um ao garçom ao mesmo tempo que, sutil, faz um sonoro peido. Le son des tambourins. Quando a mão de Paul chega ao seu destino, Arthur engole o chope e lambe os beiços. Ergue-se abruptamente e ali mesmo na calçada grita aos deuses da manhã. Je pisse vers les cieux bruns, très haut et très loin. Eu rio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário