quinta-feira, 25 de novembro de 2010

domingo, 14 de novembro de 2010

VIDA É DANÇA

Ele: não há dúvida. Capitu traiu.
Ela: homem trai e acha q ue mulher é igual.
Ele: trair é bobagem, a menos que você conheça uma anã.
Ela: uma o quê?
Ele: ontem vi uma anã dançando, me chamou pra dançar, não resisti.
Ela: você dançou?
Ele: dancei, claro, fiz presepadas, peguei no colo, fiquei de joelhos.
Ela: não acredito... Funk?
Ele: acredite, ela chegou perto de mim, eu estava numa mesa cheia, ela perguntou: você dança?
Ela: mas que anã mais atrevida... mulher ousada, tudo o que um homem gosta, né?
Ele: fiz ela rodar tanto que deve estar rodando até agora.
Ela: você estava acompanhado?
Ele: estava, mas não se resiste a uma anã.
Ela: era mesmo uma anã?
Ele: anã mesmo, anomalia, cabeção, corpinho, a mão quase uma bijuteria.
Ela: deve estar apaixonada até agora, então.
Ele: ela pra mim, você dança? eu, se minha namorada deixar faço até sexo na pista, mas por pudor só até a posição 342 do kama sutra.
Ela: fala sério, você nem chega à posição 69!
Ele: aí eu perguntei a ela: quem conduz? e ela: você, claro.
Ela: você está brincando, né?
Ele: levantei e comecei a presepada: me ajoelhei, me atirei dramaticamente aos seus pés.
Ela: onde isso?
Ele: na Estudantina, uma orquestra de primeira.
Ela: não pode estar falando sério.
Ele: nunca vi enterro de anã, elas morrem?
Ela: isso foi verdade mesmo?
Ele: ela, a anã, depois da dança: quer meu telefone?
Ela: deixa de ser palhaço!
Ele: disse a ela, e seria politicamente correto?
Ela: aí acabou tudo, né?
Ele: poisé, o que é bom dura poucos cm.
Ela: e tua namorada?
Ele: ela, quando eu voltei à mesa, disse: não acredito que você dançou com aquela anã!
Ela: minha nossa!
Ele: respondi calmamente: claro que não dancei, o que foi que você bebeu? ela: vai tomar e completou a frase toda.
Ela: você é doido.
Ele: acho que ela pensou que eu a trocaria pela anã.
Ela: sabe o que mais gosto em você?
Ele: que acabo sempre me dando mal, né?
Ela: a tua capacidade de não apanhar.
Ele: hoje liguei pra ela, a namorada.
Ela: devia ligar pra anã.
Ele: se tivesse anotado o telefone da anã, ligava pra ela.
Ela: claro, anã também é mulher, só que tudo em miniatura. Mas os sentimentos são de tamanho normal.
Ele: anão não tem sexo, é igual criança e, você sabe, pedofilia não é a minha praia.
Ela: anãs são sempre virgens, então?
Eu: nem isso, são anjos.
Ela: e a namorada?
Ele: ela, seriíssima, fazendo as pazes: nunca mais nada de anãs, hem?
Ela: tadinha...
Ele: falei pra ela: então posso pedir pra você só andar de sandalinha sem salto?
Ela: vocês, homens!
Ele: e ela: deixa de ser bobo, menino!
Ela: se fosse eu, te matava!
Ele: eu disse, ok, ok, estava brincando... anda então de joelhos um pouquinho pra eu ver?