quinta-feira, 31 de março de 2011

MEU TIPO INESQUECÍVEL

Bares eram igrejas – onde nós, beatos convictos, sentávamos em busca do deus engarrafado que nos cabia e, só então, ajoelhávamos ao primeiro gole, amém. E conversávamos, conversávamos, conversávamos. Mudamos o mundo quantas vezes? O Brasil, pelo menos três. Naquela época, a esta hora, todo bar era, sempre a favor, testemunha ocular de nossa história. E não só este reporteresso parcial, mas um divã de circunstância. O bar da Margô, De Margot, é um exemplo da pontinha da orelha. Saia-se da faculdade, atravessava-se a Farani longe dos bares da horda, tomava-se o café com conhaque no boteco da esquina e, ao dobrá-la, torcendo para que a bela Nina estivesse a passear seu cãozinho, fazia-se fé nalgum bicho ali na curva do anão e, enfim, estava-se no De Margot. Margô tinha a mesma instalação trocada do existencialismo caolho – daí o novo batismo em nossa água ardente. Os tipos inesquecíveis, todos lá – e, acima de todos, o Lacerda. Sobrenome no duro. Estacionava o táxi, arrastava-se como podia (e podia pouco) até o seu canto diante do balcão. Um homem para, no mínimo, duas cadeiras. Três no fim da jornada. Lacerda podia sozinho substituir todo o elenco deformado daquele filme do Tod Browning. Um Maomé e sua própria montanha. A visão de Lacerda era a minha psicanálise. A alma, o fígado e o bucho daquele boteco. Um dia os dois filhos da Margô entenderam direitinho que o capitalismo era uma boa idéia. E o bar mudou. Nunca mais soube do Lacerda. Ainda procurei aqui, ali. Fazia sinal para todo táxi que passava. Mas Lacerda, como o corvo do poema, nunca mais.

terça-feira, 8 de março de 2011

This feast is named carnival, ôba! which being


interpreted, implies "farewell flesh" (ogum ê!!!)


so called, because the name and thing agreeing, ô-lê-lê


through Lent they live on fish, both salt and fresh - olha o breque

sábado, 5 de março de 2011